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LOREENA MCKENNITTI:THE MUMMERS DANCE

Wolfsheim - A Million Lovesong

sábado, 22 de novembro de 2008

Provocações literárias.

Sesc do Carmo.

Jogos e procedimentos de interpretação de textos literários de obras presentes nos vestibulares de 2009 da Usp, Unesp, Unicamp, Santa Casa e Barro Branco, a partir de técnicas teatrais. Com Caco Mattos. 50 Vagas. Inscrições antecipadas. Auditório.

Para mais informações, cliquem no link que segue:

http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/mostra_detalhe.cfm?programacao_id=141279
Exposição Modernista no Palácio dos Bandeirantes vai até 2009

A nova exposição inaugurada na sede do governo do Estado de São Paulo com 58 obras, entre pinturas, esculturas, desenhos e gravuras, além de reproduções de textos e imagens da revista “O Pirralho”, apresenta como destaque as alegorias à pintura, à escultura, à arquitetura e à engenharia, esculturas em bronze do artista Galileu Emendabili, que pertenciam à coleção do extinto Bnco Santos e que agora estão sob a guarda provisória do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios. A exposição foi montada no mezanino do Palácio dos Bandeirantes.
“Pessoas Modernas” é uma reflexão sobre as transformações dos costumes, das figuras e da moda ocorridas no Brasil nos anos de 1910 a 1930. Apresenta obras de Tarsila do Amaral, Flávio de Carvalho, Vicente do Rego Monteiro, Anita Malfatti, Oscar Pereira da Silva, Brecheret, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Cícero Dias, Cândido Portinari e outros, pertencentes ao Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado, à Pinacoteca do Estado, ao Museu de Arte Contemporânea da USP, ao Instituto de Estudos Brasileiros – IEB e ao Museu Lasar Segall.
A mostra está dividida em quatro módulos: “Antes do Modernismo”, com telas, gravuras e esculturas que revelam a influência das Academias de Belas Artes; “O Pioneirismo d´O Pirralho”, jornal satírico criado por Oswald de Andrade; “Personagens Modernas”, que apresenta retratos e auto-retratos de personalidades; e “A Modernização das Formas Humanas”, onde obras da coleção do Acervo dos Palácios são apresentadas sob diversas perspectivas, possibilitando diferentes leituras.
A curadoria de "Pessoas Modernas" é de Kátia Canton, professora do Museu de Arte Contemporânea – MAC-USP
Serviço
Palácio dos BandeirantesAvenida Morumbi, 4.500 - Portão/ 2. Informações: 2193-8282 Agendamento eletrônico:
www.acervo.sp.gov.br Até 28 de fevereiro de 2009. Visitas: de terça a sexta-feira, de hora em hora, das 10 às 17 horasSábados, domingos e feriados, de hora em hora, das 11 às 16hTodas as visitas são acompanhadas por educadores
Entrada franca

fonte:http://www.saopaulo.sp.gov.br/sis/lenoticia.php?id=99253
Diálogos sonoros.

Cliquem na foto para ampliar!



segunda-feira, 17 de novembro de 2008


Com o tempo correndo atrás de seus passos,

segue com o corpo banhado em suor rubro latente

de forças ausentes.


Olhares mortos enterrados em covas rasas

de névoa cinza com eflúvio mortal.

O sol já não doura o horizonte

que jaz nesta poeira perdida.


Mar vermelho,

cujo nenhum santo guia.

Anemia humana, bastardamente,

filhos da pátria.


não se ouvem sinos

nem choros de meninos

somente risos macabros

de bocas metálicas.


Por uma piada contada por um néscio

cuja trupe disparam palmas

mesmo a plateia não pedindo bis.



segunda-feira, 10 de novembro de 2008


Cansei-me de tanto egocêntrismo, logo, resolvi encrementar este espaço!!!
A partir desta data, estarei não somente postando meus trabalhos, como também trabalhos de amigos, com a finalidade primeiramente de atrair você, caro leitor, propiciando-lhes algo além de meu imaginário, e assim, divulgar arte acessível em seu explendor!!!
Espero que curtam e que voltem sempre!!!
A começar, segue o convite abaixo!!!



Trovas e Canções
música e literatura

Com Susanna Ventura, Márcia Accioly, Clóvis Tôrres e Kátya Teixeira




Dia 12 de novembro às 20h - Visões do Brasil, de Alencar a RosaAlgumas visões do Brasil – geográficas, humanas, ideológicas, a partir das obras Iracema, de José de Alencar, Macunaíma o herói
sem nenhum caráter, de Mário de Andrade e Grande sertão, veredas, de João Guimarães Rosa. Um Brasil sonhado de Alencar,
um Brasil caleidoscópico e visto antropologicamente de Andrade e finalmente o Brasil simbolizado pelo Sertão de Guimarães Rosa.


Dia 16 de novembro às 18h -Amores Ibéricos, pelo olhar de artistas portugueses tomados de amorEspetáculo que parte da idéia do amor em Portugal, visto em diversas épocas por poetas e prosadores portugueses.
Do amor trovadoresco, passando pela lírica camoniana chegamos às delirantes cartas de amor da freira portuguesa de Beja -
Mariana Alcoforado e às diversas representações do amor pelo seu mais famoso autor na contemporaneidade: José Saramago.



SESC POMPÉIA
ChopperiaRua Clélia, 93tel.: (11) 3871-7700
www.sescsp.org.br

Entrada Franca



O que faço com todo este Amor?


Pergunto pelo viés deste Amor para Pessoas.




O que faço com este Amor?


Se não sou mais que sombra perdida num nevoeiro,


relendo a eternidade escritos alheios,


sendo constantemente provocada por ecos de gritos imortais.


Penso que sou parte deles,


e o que faço com o que Sou?




O que faço com este Amor?


Sou flor mirrada, que no vasto campo imortal nem se nota.


Silêncio gritante, sufocado em linhas nunca dantes lidas,


o que fazer com o que Sou?




O que faço com este Amor?


Cansei de fingir dor, fingindo, fugindo,


de vozes ancestrais,


que incham, pesam, queimam, tremem, teimam, Crescem,


e nunca saem.


O que fazer com o que Sou?




O que faço com este Amor?


Temo que um dia me arrebente o peito,


numa explosão emudencendo o universo.


O que fazer com o que Sou?




O que faço com este Amor?


Todinho Palavra!


Que não seca nem se fecha , e não vibram pestanas.


Sou apenas soldado de guerreiros imortais,


que sobrevivem além dos sonhos.


É o que sou.




terça-feira, 4 de novembro de 2008

Começo meio sem fim

Imagem: Salvador Dali



Em todo começo

Sempre haverá some things

Sem nunca ter fim...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Recomendações para a leitura do blog!


Se você chegou até aqui calma. Recomendo-lhe um som para acompanhar-te nessa viagem e, você tem duas opções bem acima! Oba!

Agora relaxe, mas cuidado para não dormir, se os dois sons indicados estimularem bocejos postei um despertador no final da página, pois é importante que estejam despertos!

Cuidado com as imagens, pois elas poderão te trair e distrair sua atenção, elas são altamente provocativas, portanto sugiro que enfrente-as somente após a leitura das poesias, assim terá animo para compreender algo mais complexo, não querendo subestimar sua capacidade reflexiva, claro! As imagens falam por si, as poesias reiteram as imagens, em um falar diferente, tentando mostrar caminhos ocultos e diferentes nos deslizes dos pincéis e nos clicks fotográficos.. Uma arte falando da outra, por meio de alguém que tem a loucura como maior sanidade! Portanto, não me creiam, eu sou ninguém que tenta ser todos e nesta tentativa não sou nada, nada que não possa ser compreendido! Assim como o mostro de Frankenstein! Tudo aqui são fragmentos, pedaços poéticos partidos!
Tenham boa viagem!!!

domingo, 31 de agosto de 2008


Ao mestre com carinho!


A arte se fez presente, quando a conheci em forma de professor.

E desde então, "por mares nunca de antes navegados"(1), posseidom me guia.

Mestre dos mares de palavras, guardião da poesia, senhor das ondas que andam aonde estás,

Trazendo" verso humilde e celebrado em som alto e sublimado, um estilo grandíloco e corrente,"(2) que mexe com as emoções da gente." Que se espalhe e se cante no universo, tão sublime verso, que o peito acende e a cor ao gesto muda, ao ver o berço onde nasce o dia."(3)

"Quem tiver ouvido fino pode escutar, o peito de artista que incha, e uma rosa que se abre"(4) anunciando liberdade, e assim orquídeas vão se formando na platéia, pedindo bis, por meio de aplausos.

Parabéns, mestre Chacon!!!


De mestres para mestre.

Versos 1,2 e 3 peguei emprestado de Camões em " os Lusíadas". E o 4º verso, pertence a Drummond.





quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Imagem: Salvador Dali


Desafio!


100 reais + 100 sonhos é = 0
Logo, " 0" é = ?

terça-feira, 19 de agosto de 2008



Não resisti e resolvi postar esta foto. Da esquerda para direita; A graça, eu, a Profª Susanna Ventura, o profº e poeta Alexandre Bonafim, o Adrebal e o Paulo. Turminha maravilhosa que tive a honra e o prazer em conhecer em um curso sobre blog e literatura, lá no sesc Pinheiros. Tive dias maravilhosos ao lado destas pessoas, aprendi muito com todos , este blog, por exemplo, tomei coragem em criar durante o curso, motivada pelas viagens que fiz em tão boas companhias. Visitamos muitos blogs, alguns, confesso, tive vontade de pegar para mim, mas durante as aulas discutimos muito sobre autoria ( risos) dentre outros assuntos. Sinto saudades destes dias poeticamente virtuais! Abraços a todos!

domingo, 17 de agosto de 2008


Oração.


Quem vê, não imagina.

Quem imagina, não vê.

Ora, sonhadores.

Ora, iludidos.

Em comum, todos perdidos.


Duetos de sombras,

que sufocam a dor num beijo,

e chamam isso de Amor.

Não vêem, não imaginam,

que estão iludidos,

sonhos mal dormidos.

Ora, estamos todos perdidos?



sábado, 16 de agosto de 2008

Milagrema

" Sou sereia louca que deixou os mares",(1)

sonhando em calçar um sapatinho de cristal.

" Tenho em mim todos os sonhos do mundo",(2)

Vivo a navegar.

Mas, sou filha de Kafka, um áporo sem solução,

uma palavra seca esperando uma gota de lágrima.


Sou um pássaro, que voa sob o vapor do céu,

que nem papel, uma metamorfose sombria,

me transformo em cinzas.

Fênix poluída, fogo incandescente,

Árvore daninha, frutos secos,

que caem neste papel.


Também sou fingida,

finjo fingir que existo,

fingindo acreditar.

Sou cautela descuidada,

que cuida em não cuidar de nada,

obrigada a agradecer pelo presente grego,

obrigado, mesmo que por nada.


O que me resta?

Calçar meu sapatinho de cristal?

Sonhar com um mundo não real?


Desfaço-me em lágrimas,

a sereia volta ao mar,

ela agora é uma onda em rebentação,

varrendo a calçada.

Não quer mais, que seus pés toquem o chão,

não quer mais sonhar, quer viver sonhando e não acordar.


Agora o que me resta,

é o verme que me espera,

verme encantado!

Contos de fada, que nada!



notas: (1) verso de Florbela espanca.

(2) verso de Fernando pessoa.



Imagem: Salvador Dali

Sementirinha


A mente voa

a mente voa,

longe das mentiras,

longe de quem mente.

Mente voa,

mente voa.

Seguraram meu pé,

não subi ao pódio.

Liberdade ou nada,

nada não voa,

nada não voa.

Liberdade é aceitar,

ser cúmplice de mentiras

e fingir acreditar,

mas a mente voa,

mente voa.

A mentira tem pernas curtas,

não preciso de pernas para voar.

Mente e voa,

mente e voa.

Desencontros




Júlio saiu.


Helen chegou.


A noite estava incompleta,


Faltava o Amor...

domingo, 27 de julho de 2008

Jonh William Waterhouse



Música


Sorisso em dó
Pernas em ré
Sonhos sempre lá, lá se vão...
dor em mi,
Destino em si,
si eu querer, si eu puder
Voz em fá, fala, mas não diz.
Êta vida sem sol!
Edvard Munch



Saudações ao infinito

sigo pela estrada do imortal

procuro as portas do paraíso

pelos labirintos de enigmas

No alfa da Era

onde rege o ceticismo

cuja humanidade se condena

em contradições.

Sinto o cheiro vermelho

da dor alheia

pulsando em suas veias

ouço as lamurias dos inconstantes

que se batizam no templo da solidão

com água de suas lágrimas.

sábado, 26 de julho de 2008


Depois do grande sucesso dos contos classificados, ganhadores do terceiro concurso cultural do caderno2, ( jornal: O estado de S. Paulo) cujo tema era: 50 anos de bossa nova e o mote " não quero mais este negócio de você longe de mim", e ainda maior dos desclassificados,( confiram no link que deixei em minha lista de blogs ) de carona resolvi lançar os contos não enviados, ( risos) a começar pelo meu.






Naquela noite no céu não se via estrela

Alguma, apenas uma na terra,

O nome era Claribel, minha esposa, que brilhava em absoluto.

Quase havíamos nos separado no último verão no calor de uma discussão, embriagados,

Um literalmente e o outro por um líquido vermelho que lhe percorria as veias

Estacionando nos olhos a ira, cúmplice da

Revolta e de todos os outros membros desta gangue.

O fato é que, enfim, estávamos de volta, comemorando naquela noite o grande retorno.

Muita animação, luz, som, um bom cardápio e

Assuntos dos mais variados, noite perfeita, nem parecia que havíamos ficado meses distantes

Isolados um do outro, até que o acaso cruzou nosso caminho e o destino se fez reatar.

Seus olhos pairavam sobre os meus, questionadores, curiosos esperando o momento

Exato para penetrar em minha mente, ou

Seja, distraia meu coração com palavras,

Ternas preparando-me para o bote.

Então, como já denuciava seus olhos, desliza de sua boca palavras que estavam presas:

- Não pretendo estragar o momento, mas preciso perguntar; Porque chegou bêbado naquele dia?

Eu na verdade estava ansioso por esta pergunta, observei-a por instantes e enfim..

- Grandioso estava sendo aquele dia para mim, estava feliz e resolvi comemorar

O que seria o início de uma nova vida, pois eu havia conquistado o emprego sonhado...

- Como é ? Porquê não me disse ?

- Impossível, se esqueceu que eu estava bêbado? E você porque não perguntou no ato?

- Ódio, eu estava sob dominio, não aguentava mais vê-lo sair todos os dias e voltar

De mãos abanando, reclamando do trânsito, do calor... solicitando minha atenção e eu como

Escrava, realizava seus desejos, não tinha tempo para nada, nem mesmo para pagar as

Vastas contas que acumulavam, pois nem pra isto você prestava, sempre

Ornamentando as desculpas para fugir das grandes filas! Derrepente, resolve chegar bêbado, a

Casa caiu, fiquei sob os escombros de seu desdém

Eu não pude me controlar,

Logo, perdi-me numa confusão de sentimento não conseguindo reter a fúria, estava sobria, mas

O equilibrio ficou desequilibrado, tu sabes o quanto odeio o alcool!

Não deu para ignorar, não há mulher que suporte; mas, porque só me diz isto agora?

- Gosto de você meu bem, eu te amo, mas

Eu tenho meu orgulho, você havia me dito coisas horríveis naquela noite, vivia reclamando

De tudo, esperou o balde encher e o jogou de uma vez em minha cabeça...

- Eu não entendo, estava bêbado para se explicar, mas, tinha memória para armazenar tanto?

- Meu amor!Sussurei em seu ouvido " não quero mais este negócio de você longe de mim", chega!

Imediatamente, embriagado somente pelo fogo do amor, beijei-a , depois solicitei ao garçom

Mais uma garrafa de vinho; chegamos em casa bêbados. Pacto de paz, e verdades ocultas!


Em verdade, não tinha o que fazer e resolvi brincar com o tema, assim vou treinando para o próximo concurso, pois estou ciente de que é preciso! ( risos) Quanto a formatação, saiu um pouco diferente do original, pois ainda estou aprendendo a lidar com este espaço, no entanto resolvi a muito custo, postar deste jeito mesmo!

























quarta-feira, 23 de julho de 2008


Sairá


Que as forças do ódio

Venha como ópio embriagar-me

Que as chamas do rancor

Façam-me renascer das cinzas

Evoco assim minha Ira.


Menina maléfica.com

Com a noite nos olhos

E a lua crescente, como uma foice a sangrar-lhe o peito.

Deixo sangue jorrar.


Mergulho neste mar rubro

Onde posseidom repousa em catalepsia

Quase morto de anemia

Ele não pode me ajudar


Se nesta hora sobrevivi

Qual vêneno ainda tenho que provar?

Se nem a morte quer me afrontar!

Se de sede não morrerei

Mergulhada neste mar!


Nesse estado estátua

Corrompi as forças da natureza

permanecendo-me intacta

Sou mais velha que as esfinges

mil anos comprimidos em vinte

que a fraca força do tempo não me atinge.

Sou metal.


A metáfora mais perfeita foi forjada do aço

A chamaram de alquimia

Somente para me ocultar

Somente para não ofuscar

A inveja cega o olhar alheio.


Me amem como não sou

Me odeiem como sou!

pois, pouco me importa ser a flor mais formosa

colhida antes de brotar

Narciso morreu de tanto se olhar


Se a felicidade não pode ser tudo

Não me contento com pouco

Morrerei embriagada em meu vêneno

Mas, somente quando me cansar

Não durmo para não ter que sonhar.


Se pensas que estou louca

Não sabes o que é loucura!

Nem tente entender

Que meu ódio velará por você.


Todas as palavras habitam em meu ser

Qual a página da minha vida

Você quer esfoliar?

Qual história irá contar?

A hipocrisia veste-se em seu olhar.


Desnude-me e não poderá me enxergar

Sou feita do pó o qual você é alérgico

Não irá respirar

Morrerá em meu ser

Meu ódio avisou você

Jogastes as chaves das portas dos ouvidos neste teu podre coração?


Morra infame

Me alimente de prazer

Com o arrependimento acenando em seu olhar

Dê-me sua vida como troféu

Que os céus cairão em sua cabeça

Com mil anjos canibais, com asas de urubus


Agora só, vou me deitar

Nas espumas deste mar de amarga glicose

Nos lençois destas areias, coberta de estrelas

A fênix repousa em paz

Cansei e jaz.



Esta já não me deu "muito" trabalho ( risos), quando a escrevi, estavamos estudando o romântismo, eu tenho o costume de escrever uma poesia com a caracteristica do periodo literário estudado, sempre faço isto, até mesmo para fixar melhor, inclusive, aconselho todos a experimentarem, é um excente exercicio! Voltando, depois de ter lido Álvares, Byron, Sylvia Plath, Florbela Espanca ( lembrando que Sylvia e Florbela são modernistas, mas suas obras são marcadas por características românticas), assisti um pouco de novela mexicana ( o que não faço pela arte!), visitei alguns blogs e sites sobre goticismo, e de quebra terminei com o namorado( hahahaha), ficou muito "fácil" escrever com estas motivações, porém, dispensa qualquer tipo de comparações! Enfim, gostei do resultado, me assutei um pouco, espero não desaponta-los! Em breve postarei algo mais light, positivo e operante!

Imagem: Salvador Dali
Vento noturno
vêneno vermelho.
sinto teu cheiro
rubro pulsante,
em teu sono escuro,
cujo medo some,
some dormente.

Acorda!
apaga a vela,
abra a janela.
vida eterna
jóia rara,
éter na passarela
prata achada na porta da miséria.
acorda!
não há paz nem guerra
somente sorissos cênicos
na mesa de um bar.

Escrevi esta "poesia" há um ano, em uma oficina de criação poética. A proposta era escrever uma poesia usando somente vogais escuras ( fechadas), ou claras ( abertas), bom eu tentei, foi bem difícil, mas prazeroso!

http://s10.br.bitefight.org/c.php?uid=93438

domingo, 20 de julho de 2008

" O amor é invísivel, ninguém vê, mas todo mundo sente".

Salvador Dali


Minha mãe nunca deixou passar em branco o dia das crianças, ela sempre nos surpreendia com algo. Ao passar dos anos, as surpresas passaram a não ser " tão " interessantes, pois eu crescia, então, a partir dos meus seis anos ela passou a perguntar o que eu gostaria de ganhar, fico imaginando se ela tivesse me perguntado antes, pois como bem devem saber crianças não tem bom senso, penso que teria pedido algo do tipo: " passar as férias no sítio do pica pau amarelo, viajar para a terra do nunca, para o país das maravilhas", ou algo do tipo, eu adorava estas histórias, ficava horas imaginando-me dentro delas, e nesse aspecto penso que ainda não cresci. Pois bem, aos seis anos, quando tive minha " liberdade de escolha", lembro-me do meu primeiro pedido que foi; uma lousa, giz e apagador, inclusive lembro-me de ter ficado decepcionada, pois a lousa não era do tamaho que eu imaginava, queria uma igual a da escola, mas, enfim, ela me serviu como ponto de partida. Na época nosso quintal era aberto e por ele diversas pessoas passavam cortando caminho, logo coloquei o meu propósito em ação e a primeira coisa que escrevi foi: " O amor é invisível, ninguém vê, mas todo mundo sente", coloquei minha lousa no quintal e fiquei esperando a reação das pessoas, algumas davam dicas de ortografia,outras apenas sorriam, e etc e tal, e nem preciso descrever o que senti a cada olhar curioso que percorria minha pequena lousa. Foi então, que uma pessoa, tendo me questionado sobre o motivo pelo qual havia escrito aquele singelo verso, recebeu como resposta algo do tipo: " estava na minha mente , eu achei bonito e escrevi", deste dia em diante passou a me chamar de "poeta", eu curiosa, perguntei a meu pai o que era "poeta", não me lembro da resposta , apenas me lembro, que deste dia em diante eu seria uma poeta!!! E posso lhes garantir que venho me empenhando, por todos estes anos, se sou poeta, sinceramente não sei, pois as voltas da vida me deixaram tonta e comecei a escrever só para mim, se é que me entendem? Contudo, passado a naúsea, cheia de coragem, e com o "perfeccionismo" bem minúsculo, venho por meio deste espaço, divulgar o que chamo de poesia, minha poesia!
Em breve estarei postando aqui meus pedaços, partidos, repletos de intenção! aguardem!

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Música.

Salvador Dali

Música
(Para ler ouvindo " rosa de hiroshima" )

Algo de miraculoso arde nela,
fronteiras ela molda aos nossos olhos.
É a única que continua a me falar
depois que todo o resto tem medo de estar perto.

Depois que o último amigo tiver desviado o seu olhar
ela ainda estará comigo no meu túmulo,
como se fosse o canto do primeiro trovão,
ou como se todas as flores explodissem em versos.

Anna Akhmatova.


Poesia, uma síntese de prosa!

Algo de miraculoso arde em meu ser quando leio os versos acima. A primeira vez que li esta poesia, fiquei encantada, principalmente com o último verso, eu o quis para mim de imediato. Engraçado que depois de tantas vezes a ter lido, uma música penetrou surdamente na minha mente ( rosa de hiroshima ), mais tarde, até mesmo para buscar sentido no que havia lido, fiz uma pesquisa sobre a poeta:

"Anna Akhmatova (Анна Ахматова, Анна Андреевна Горенко, 23 de Junho de 1889 - 5 Março 1966) é o pseudónimo de Anna Andreevna Gorenko, uma das mais importantes poetas acmeístas russas.)
Começou a escrever poesia aos onze anos de idade, mas o pai, um engenheiro naval, temia que Anna viesse a desonrar o nome da família, convencido de estar a adivinhar hábitos decadentes associados à vida artística. Assim, assinou os seus primeiros trabalhos com o primeiro nome da sua bisavó, Tatar.
Apesar do seu pai ter abandonado a família, quando Anna contava apenas dezasseis anos, conseguiu prosseguir os seus estudos. Portanto, não só estudou no liceu feminino de Tsarskoe Selo e no célebre Instituto Smolnyi de
São Petersburgo, como também no Liceu Fundukleevskaia de Kiev e numa faculdade de Direito, em 1907.
A obra de Akhmatova compõem-se tanto de pequenos poemas líricos como de grandes poemas, como o Requiem, um grande poema acerca do terror estalinista. Os temas recorrentes são o passar do tempo, as recordações, o destino da mulher criadora e as dificuldades em viver em escrever à sombra do estalinismo"... fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anna_Akhmatova.

Bom, acho que não preciso descrever o meu espanto, pois, assim com " rosa de hiroshima", " música" , também , e por que não, poderia estar relacionada com o contexto de guerra, após esta descoberta, um turbilhão de imagens começaram a brigar por espaço em minha mente, e a poesia que parecia dizer pouco, acabou me rendendo muito. Quem é que nunca imaginou um romance ao ler " quadrilha " de Carlos Drummond, ou, que não tenha sido arrebatado aos confins do silêncio imposto, sentindo-se "inseto" sem "metamorfose" ao ler "áporo" e é por essas e outras que torno a repetir: " poesia, síntese de prosa" , pois nos diz muito em tão poucas linhas.