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LOREENA MCKENNITTI:THE MUMMERS DANCE

Wolfsheim - A Million Lovesong

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Coisas da vida.



O dicionário deveria chamar-se:

Livro de nomes de coisas.

Tudo é coisa, coisa daqui, coisa de lá.

A coisa sempre substitui uma coisa esquecida,

e uma coisa pode representar duas ou mais coisas.

Ao final, todas as coisas se encontram

nas entrelinhas da vida.

Tudo se relaciona, contudo em alguns casos,

em estranha harmonia. 

Até o Amor é uma coisa.

Posso relacionar um graveto

com uma mola sem serventia.

Coisas que se encontram,

nem que seja em uma simples poesia.

Esqueci de alguma coisa?





Altamente subjetiva, abitolada em poesia, pertificada em sinestesia, simbololista antes do nada!ar, fogo, água, éter e terra! 

Para muitos uma chata desenfreada, para outros um não diz nada com nada e para poucos loucos um desafio, cansei-me de rima com sufixo "ada"! 

ultra romântica ao quadrado, slpeen desgoverdado, egocêntrismo apaixonado, olhar contemplativo sufocado, submissão um barco naufragado ancorado no espaço! 

Chega também do "ado", não gosto mesmo de rimas perfeitamente emparelhadas, parnasianismo é a minha favorita piada, metrificado em vasos chineses, arte da beleza externa, tão vazia como o interior do vaso que pintam em palavras mal formatadas de um furto clássico, o qual percorreu por vias nunca dantes navegadas! 

Sou também tal como um sapo modernista que gosta de boa farra, pentelha, saltintante a todos instantes gente nobre de fino trato, porém uso prosa fora de contexto, palavras formatadas anti sinestesia, papo de feirante e pescador, contudo nem estes entendem, porque o sapo não foi fazer farra no brejo! 

Quando não penso em nada geralmente estou escrevendo trova em línguagem não arcaica, não há quem não se encante, só não dito uma agora, porque estou pensando! 

Inutilia truncat, demais é exagero, clero, clero, credo, exagero! Pérola imperfeita, muito brilho para poucos expectadores, Bach !!! Demais é exagero, delimito-me, ouro demais não há colírio que vença, nem mesmo se for alucinogeno! 

Falando em colírio, uso lupa de vez em quando, miscoscrópio as vezes, pois quero ver a realidade do real e não a capa que o encobre. Tenho a ciência por vezes como guia, afinal, é preciso fudamentar a palavra, jogar a culpa em quem a descobriu primeiro que eu, justificar intertextualidade! É natural, sou também naturalista antes mesmo que realista! 

Me chamam por vezes "arte da palavra", estou em tudo, contradizendo e maldizendo a mim , estou até mesmo em lugares sem ser convidada, por não condizer ao esperado, como aqui, por exemplo! Entretanto, muitas vezes não notada, permaneço em festas mesmo calada, como um sorriso enigmático moldurado de braços cruzados! 

Quem sou? 
Drummond explica! 

Por: Angela Fyalho

quarta-feira, 13 de maio de 2009


Parte introdutória de um começo sem inicio: a redundância.


Sintese das estações:

Entre o mito e a lenda esta narrativa consta de verdades, ora floreadas por intermédio de licença poética, ora divagando quiça em redundância, contradição, irônia , sarcasmo, hipérbole, sinestesia, ou simplesmente vestindo versos alheios disfarçados em intertextualidade, valendo-se de lembranças de uma memória imperfeita! E assim, vários caminhos para o mesmo destino: A arte da palavra! Eis em fragmentos a redundância!

Inverno:
Fragmento inicial: A primeira briga entre a lua a estrelas e as nuvens!

Srtª Angela Fyalho, nascida na madrugada de uma noite tempestuosa em um misto de som e fúria(1), o qual astros compunham a platéia brigando por um espaço nas arquibancadas do céu! Gelo espalhado formando um tapete, quando uma gota d’água nascia anunciando liberdade para as palavras em choro rimado em versos brancos. Aos 4 anos foi apresentada a um tal de Pessoa(2), que em certa ocasião disse-lhe a seguinte frase em alusão a um grande guerreiro: “Viver não é necessário; o que é necessário é criar(3).”
Foi assim, que sentiu a necessidade de transformar papel em barco, corrente de pensamento em âncoras, lápis de remos em rimas e seguir navegando pelo mar de palavra em busca de sensações épicas, contudo sem forma fixa, pois o soneto é a cama das palavras sonolentas, pois as palavras não tiram cochilo, e sim sonetos! A viagem havia de ser longa e cada novo cenário exigia a troca de lentes, logo, de comandante. Barco em nova direção! Olhos cansados, ouvidos atentos para refletir e questionar o que os novos olhos em outros olhares verão!

Lest mots en liberté – parte II
Primavera:
Fragmento secundário: Infância querida e interrogações de pedra!

Srtª Angelua Drummoninha, nascida numa manhã iluminada em um misto de som e tranquilidade a qual os astros também brigavam a procura de espaço nas arquibancadas do céu. Quando uma “flor nascia no asfalto”(4) anunciando liberdade para as palavras em sorriso rimado num arco-íris de versos de aliteração e assonância! Aos 6 anos foi apresentada a um tal Drummond(5), que em ocasião disse-lhe os seguintes versos aludindo a dois outros grandes escritores(6): “ no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho...(7)” Foi assim que sentiu a necessidade de transformar o barquinho de papel em trator, fluxos de pensamentos em combustível, volante em rimas redondas e assim seguir pelas estradas em busca de versos sem freios, pois se freiar o sono vem! Todavia, a viagem haveria também de ser longa, portanto, eis que surge o momento para a troca de lentes e assim de comandante. Trator em nova direção. Olhos ainda cansados, mais olhos acabados de cansar e quatro ouvidos atentos para refletir e questionar o que os novos olhos em outros olhares verão.

Les mots en liberté – parte lll
Verão:

Fragmento terceiro: A adolescência é fogo; a andorinha não voa sozinha!

Annya Plath(8), nasceu em uma linda tarde calorosa, num misto de som e estupor, a qual os astros também brigavam a procura de espaço nas arquibancadas do céu escaldante! Quando uma fênix nascia das cinzas anunciando liberdade as palavras em sorriso rimado em desdem, por achar que era tal qual um sabiá que sabia muito mais que assobiar(9). Aos 15 anos, conheceu um tal Álvares de Azevedo(10), que no momento lhe disse versos tão lindos que mais pareciam sonhos, aludindo também a um outro grande poeta(11) de língua complicada de país distante: “...A paixão tem mais venturas. E fala com mais ardor!...E as aves a suspirar, tudo canta e diz – amor!(12).”Foi assim que sentiu a necessidade de transformar o seu trator de papel em aviãozinho, imaginação em asas, manche em rimas suaves como o vento, e sonhar acordada para não ter que acordar do sonho. Mas, a viagem também era muito longa e tão logo os olhos românticos se cansaram. Eis que acontece o esperado, ou seja, a troca de condutor. Aviãozinho em nova direção. Olhos quase descansados, olhos ainda cansados e olhos que acabaram de se cansar e seis ouvidos atentos para refletir e questionar o que os novos olhos em outros olhares verão.

Lest mots en liberté – parte lV
Outono:
Fragmento quarto: De fragmento para fragmento; a loba e a colheita!

Täyla Akhmatova(13), nasceu numa linda noite de luar, num misto de som e seriedade a qual os astros apostos em seus devidos lugares, aplaudiam -na nas arquibancadas do céu, quando uma guerreira poetisa nascia depois de longas caminhadas, anunciando a conquista da liberdade. As palavras riam como “ Henri Heine ri(14)” . Aos 30 anos conheceu um fragmento chamado Alvaro de Campos(15), que confessou-lhe ser também fragmento de um fragmento inicial e aludindo as palavras de seu criador(16), disse –lhe versos da mais profunda sabedoria:
"Não sou nada.Nunca serei nada.Não posso querer ser nada.À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
...Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!Gênio? Neste momentoCem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu ,E a história não marcará, quem sabe?, nem um,Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.Não, não creio em mim.Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?Não, nem em mim...(17)"
Foi assim que sentiu a necessidade de desmanchar seu aviãozinho de papel para colocar os pés no chão e caminhar rumo a árvore do conhecimento e agradecer-lhe por ter sido matéria prima de toda sua viagem e, por entre seus galhos, colher frutos de versos maduros, fruto com sabor de lema Socrático: “ conhece-te a ti mesmo(18)!” E assim, todos os olhares já despertos encontram-se. Seguiram juntos o resto da caminhada aludindo a palavras já ditas por Pessoa: “Eu e meus eus(19)”.

Les mots en liberté - parte V
Síntese do tempo e espaço:Parte conclusiva de um final sem fim; ÉTERnamente redundante.

Qualquer palavra que gramaticalmente estiver grafada erroneamente, trata-se de neologismo. Quaisquer semelhança é obra da intertextualidade. Qualquer redundância é obra do exagero. Qualquer coincidência é fruto de semelhança, que é fruto de redundância, que é fruto de intertextualidade e exagero é não perceber e não perceber é sinal de olhos cansados e olhos cansados sugerem novo guia e o novo guia precisa de uma nova dobradura para seguir um novo caminho e o caminho mesmo conduzido de forma diferente chega sempre ao mesmo destino: a arte da palavra! Eis em fragmentos, metafisica e redundância!


Notas:1 – alude ao título da obra “o som e a fúria” de William Faulkner, sendo que este alude a um excerto de hammlet de William Shakespeare.2- Refere-se ao poeta português, Fernando Pessoa.3- Fernando pessoa alude a famosa frase dita por Pompeu, general do exército romano, aos marinheiros amedrontados que recusavam-se navegar durante a guerra: “ navegar é preciso; viver não é preciso.4- alude a versos contidos no poema “a flor e a náusea” de Carlos Drummond no livros “A rosa do povo”.5- Poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade.6- Alusão feita a Dante Alighieri e Olavo Bilac.7- Versos contidos em na poesia “no meio do caminho tinha uma pedra” de Drummond.8- Plath, sobrenome da poetisa Norte Americana, Sylvia Plath.9- Frase antiga, muito usada para trabalhar dicção.10- Poeta Romantico.11- Lord Byron12- Versos de Álvares de Azevedo.13- Akhmatova foi o sobrenome utilizado pela poetisa russa, Anna Gorenko, para fugir da censura durante a segunda guerra mundial e também para não contrariar o pai, visto que o fato dela ter se tornado poetisa não o agradava em nada!14- Poeta Alemão, citado na poesia “rir” do simbolista Cruz e souza.15- Um dos principais heterônimos do poeta Fernando Pessoa.16- Refere-se a Fernando Pessoa.17- Excerto do poema “ tabacaria” do heterônimo, Alvaro de Campos.18- Aforismo Socrático.19 – Aludindo aos heterônimos de Fernando Pessoa.

sábado, 4 de abril de 2009


Ignorância conhecida!


O que é uma interrogação?

É uma coisa que muita coisa responde.

Ou uma coisa que todas as coisa não sabem,

Pois as coisas não conhecem todas as coisas!


O que sei eu das coisas?

São tantas coisas, tudo é coisa.

E eu não posso saber tudo!


O que sei eu sobre destino?

Há tantas estradas, ruas, avenidas,

Com diverso rumos que levam a várias coisas

E eu não conheço as coisas!


O que sei eu de meus sonhos?

Há tantos sonhos, que se embolam em sonhos

Que perdem o rumo por não saber de tudo!



O que sei da vida?

Só sei que respiro, que sigo sem rumo,

Num sonho embolado,

Porque não sei das coisas!


O que sei eu sobre a morte?

Só sei que durmo, acordando sem sonhos

Quando ela não for mais futuro,

quiça sabendo tudo!


O que sei eu sobre o Amor?

Só sei que é uma coisa, que é muita coisa,

Que anda embolada cá dentro do peito,

E nem sei como sinto

Tudo isso de Coisa!


O que é uma exclamação?

É uma coisa que coisa nenhuma explica.

Porque as coisas não tem sentido, isso é tudo!

sexta-feira, 3 de abril de 2009


Cidadezinha qualquer

Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus
( Carlos Dummond de Andrade)

Música
Sorisso em dó
Pernas em ré
Sonhos sempre lá, lá se vão...
dor em mi,
Destino em si, si eu querer, si eu puder
Voz em fá, fala, mas não diz.
Eta vida sem sol!
(Angelua)

Querido Drummond, a sua vida besta é melhor que minha vida sem sol, pois meu talento está lento e sequer ousa equiparar-se ao teu!!!

quinta-feira, 12 de março de 2009


Lei do forte!

Olhares de ressaca rubra
Do quais dificilmente se escapam..
Herança ancestral,
de olhos que cansaram de transformar vida em pedra.
Não vimo brincar de estátua,
nem seguir coelho branco algum.
Aqui não é o país das maravilhas!
Um mar de colírio pulsante é o que desejo..
E, assim, deixar-te correr tranqüilamente
nas estradas de minhas entranhas.

Não te estranhes,
após a ressaca não há mais nada há fazer.
Serás um fragmento de meu mar,
uma célula de vil perseguição,
pois fostes um fraco e não cumpristes a missão.
Usufrua o que agora és teu de direito,
pois o que é meu está guardado, você!

Se sou trezentas, trezentas e cinquenta nem mesmo eu sei. Há tantos fragmentos que esta cá dentro, que eu mesma desconheço. O que sei soma-se ao ponto que aumento a cada narrativa de minhas experiências, cujo vento atua de coadjuvante espalhando meus lamentos solitários, que batem em portas que não abrem! Sigo meu eco, até onde a paisagem e o onde não tem fim. Onde, pode ser aqui, lá, acolá, infinito. Encontro uma ponte perdida sem asfalto e lá de cima avisto um cemitério, visitantes e flores, que quiça tem mais vida, que a das mãos que as carregam. Mortos vivos e vivos mortos, enfim, múmias e zumbis!Náusea, um sentimento me toma de uma parte até então desconhecida, desço da ponte, sigo em rumo a uma colina, porque também sou clichê, o que mais poderiam imaginar depois de descer uma ponte de um lugar que não tem asfalto! Contudo, uma caverna me desperta atenção pelo caminho, cavernas não tem portas, prefiro brincar com as sombras, altura me dá náusea! Eis que as sombras se multiplicam assim como o eco de lamentos desconhecidos, que mais se pareciam uivos. Será um chamado? De pronto o vento me abandona dando vez a uma brisa, sinto fúria pela traição, sinto fúria, pois não enxergo além de sombras, não escuto além uivos imitando meus ecos ao vento, talvez a me zombar, talvez a me convidar. Senti tremores e vibrares intensos, medo não era, e sim um novo fragmento que se revelava, saltando a pele tão rápido como a idéia de um gênio quando salta ao papel! Me liberto de mim! As brumas se dissipam, e por elas vejo a "verdade" que se escondia atrás das sombras! Olhando para meu novo fragmento a verdade torna-se espelho, nem um grito de pavor... Êxtase, êxtase, herdado da mãe lua. O chamado Lunar, quer agora me enfeitiçar, em prosa, verso, lirismo e uivar. Uma nova criatura, nasce naquele instante, tão forte que não teme mais nem a si! O caminhar dantes solitário, perdido nas inconstâncias de seres oprimidos, conhece aliados da mesma espécie, seguidores da mãe lua! Descobri meu lugar naquela caverna, porque não tinha portas, e sim liberdade! E mesmo encobertos como sombras atrás neblina, podiam enxergar mais daquela caverna, que eu dantes daquela ponte!A sinfonia de uivos segue coletiva pela noite até que a última estrela deixe de brilhar! Quer viagem mais prazerosa, que saber onde vai pisar? Tudo em ordem subjetiva, a força encontra-se em meio a palavras escondidas, liberadas por uivos que outros seres não são capazes de compreender, mas que compreendem os outros seres! Leitor, se eu tivesse um martelo, iria filosofar com ele agora na minha cabeça! Ninguém pode compreender o que julga não real, fábulas, lendas, mitos....Fadas, doendes,gnomos... florestas, lagos e adornos! Será mesmo um sonho de criança narrado por um adulto? Terá mesmo surgido do nada, ou da criatividade, maga que compara enganando que cria? De onde os gregos tiraram tantas histórias? Dai-me marteladas que sou prego, ou será que mais alguém vê o que vejo, sente o que sinto e uiva ao sabor dos ventos lascivios noturnos como eu? Dai-me o que quero a tua força, o teu sangue e teu desespero. Dai-me o que nunca te pertenceu, até mesmo por não conhecer-te, entregue-se! Receba a recompensa que lhe pertence, és um fragmento de um forte Ser! Amanhã fragmentos de coisa qualquer! Só os fortes sobrevivem, só os fortes torna-se senhores de si, o resto é fragmento de história qualquer, sem nobel, por ausência quiça até de protagonista! Agora vivo do sabor constante da dor alheia, rubra, escarlate, que pulsa em minhas entranhas movendo-me a ação, ao ataque! Os sinos não tocam, mais os uivos anunciam que é realmente a hora de pedir perdão!

Romance virtual


"Angelua, um nome belo.
Mas não tão belo, como teu corpo.
És tão perfeita, chega a ser um mistério,
E a teu lado, me sinto um bobo.
Tua beleza se supera no teu espírito,
E quando fala, parecem doces líricos......
Teus encantos e maestria, superam os da lua.
E em meus devaneios e sonhos, fico imaginando-te nua.
És mulher tão especial que nenhuma poesia descreveria com perfeição.
Não devo adimitir, mas a muito tempo que já tens meu coração. (autor:Desconhecido)


"Preciso de ti meu anjo,
Tú és meu arcanjo.I
lumina meu caminho,E não me deixe mais sozinho.
Em ti, deposito minha esperança,E a ti, entrego minha vida.
Use em mim tua lança,E me guie nesta ida.Pelos caminhos negros da morte escura,
Jura que me deixará descançar, jura.
Que tua paz prevalesça,E essa profecia se concretize.
Que o amor aconteça,E meu desejo se realize."
Ave Draconia, Ave Draconia, Ave Draconia... (autor: Desconhecido)

O sol e a Lua!

Existem mais coisas em comum entre o sol e a lua,
que os olhos humanos são incapazes de perceber!
Sol e Lua!
Dois astros misteriosos,
que possuem a palavra como guia iluminando este mundo obscuro.
Lua!
A eternidade comprimida em 29 anos.
Nascida numa terra, que não tem palmeiras, nem sábias.
Onde há somente o canto moribundo de aves presas ao trabalho,
correndo feito doidas de um lado para outro,
quiça da garoa, quiça do tempo, ou apenas de si mesmos!
Por que não sabem voar!
Sol!
De idade ainda não definida,
e de terra ainda desconhecida.
Apaixonado pelo sonho de poderencontrar a lua!
Cansado das voltas que a terra dá e de suas recompensas furtivas.
Quando somente o Amor anseia encontrar nos braços da eterna Lua! (autora:Angelua)



Ao garoto do submundo!

Quem és tu, doce cavalheiro?
Que me manda palavras em estilo byroniano.
Em tom alto e sublime, batendo na porta do meu subconciente,
respondendo meus sonhos!
Quem és tu e por onde andas?
Quiça mais distante que a lua,
imaginando-me nua, perdido em idealizações,
oferecendo-me platonismo romântico!
Quem és tu?
Que me oferece castelos poéticos coroando-me com palavras!
Quem és tu?
Que faz a noite dormir te esperando, cansada de pousar para sua arte.
Quem és tu?
Que faz a lua ciumenta.
Por agora inspirar-se em mim!
Diga-me?
Agora que também possui o meu coração! (autora: Angelua)


Querem saber como terminou a história?
Isso foi apenas o começo!

sábado, 22 de novembro de 2008

Provocações literárias.

Sesc do Carmo.

Jogos e procedimentos de interpretação de textos literários de obras presentes nos vestibulares de 2009 da Usp, Unesp, Unicamp, Santa Casa e Barro Branco, a partir de técnicas teatrais. Com Caco Mattos. 50 Vagas. Inscrições antecipadas. Auditório.

Para mais informações, cliquem no link que segue:

http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/mostra_detalhe.cfm?programacao_id=141279
Exposição Modernista no Palácio dos Bandeirantes vai até 2009

A nova exposição inaugurada na sede do governo do Estado de São Paulo com 58 obras, entre pinturas, esculturas, desenhos e gravuras, além de reproduções de textos e imagens da revista “O Pirralho”, apresenta como destaque as alegorias à pintura, à escultura, à arquitetura e à engenharia, esculturas em bronze do artista Galileu Emendabili, que pertenciam à coleção do extinto Bnco Santos e que agora estão sob a guarda provisória do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios. A exposição foi montada no mezanino do Palácio dos Bandeirantes.
“Pessoas Modernas” é uma reflexão sobre as transformações dos costumes, das figuras e da moda ocorridas no Brasil nos anos de 1910 a 1930. Apresenta obras de Tarsila do Amaral, Flávio de Carvalho, Vicente do Rego Monteiro, Anita Malfatti, Oscar Pereira da Silva, Brecheret, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Cícero Dias, Cândido Portinari e outros, pertencentes ao Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado, à Pinacoteca do Estado, ao Museu de Arte Contemporânea da USP, ao Instituto de Estudos Brasileiros – IEB e ao Museu Lasar Segall.
A mostra está dividida em quatro módulos: “Antes do Modernismo”, com telas, gravuras e esculturas que revelam a influência das Academias de Belas Artes; “O Pioneirismo d´O Pirralho”, jornal satírico criado por Oswald de Andrade; “Personagens Modernas”, que apresenta retratos e auto-retratos de personalidades; e “A Modernização das Formas Humanas”, onde obras da coleção do Acervo dos Palácios são apresentadas sob diversas perspectivas, possibilitando diferentes leituras.
A curadoria de "Pessoas Modernas" é de Kátia Canton, professora do Museu de Arte Contemporânea – MAC-USP
Serviço
Palácio dos BandeirantesAvenida Morumbi, 4.500 - Portão/ 2. Informações: 2193-8282 Agendamento eletrônico:
www.acervo.sp.gov.br Até 28 de fevereiro de 2009. Visitas: de terça a sexta-feira, de hora em hora, das 10 às 17 horasSábados, domingos e feriados, de hora em hora, das 11 às 16hTodas as visitas são acompanhadas por educadores
Entrada franca

fonte:http://www.saopaulo.sp.gov.br/sis/lenoticia.php?id=99253
Diálogos sonoros.

Cliquem na foto para ampliar!



segunda-feira, 17 de novembro de 2008


Com o tempo correndo atrás de seus passos,

segue com o corpo banhado em suor rubro latente

de forças ausentes.


Olhares mortos enterrados em covas rasas

de névoa cinza com eflúvio mortal.

O sol já não doura o horizonte

que jaz nesta poeira perdida.


Mar vermelho,

cujo nenhum santo guia.

Anemia humana, bastardamente,

filhos da pátria.


não se ouvem sinos

nem choros de meninos

somente risos macabros

de bocas metálicas.


Por uma piada contada por um néscio

cuja trupe disparam palmas

mesmo a plateia não pedindo bis.



segunda-feira, 10 de novembro de 2008


Cansei-me de tanto egocêntrismo, logo, resolvi encrementar este espaço!!!
A partir desta data, estarei não somente postando meus trabalhos, como também trabalhos de amigos, com a finalidade primeiramente de atrair você, caro leitor, propiciando-lhes algo além de meu imaginário, e assim, divulgar arte acessível em seu explendor!!!
Espero que curtam e que voltem sempre!!!
A começar, segue o convite abaixo!!!



Trovas e Canções
música e literatura

Com Susanna Ventura, Márcia Accioly, Clóvis Tôrres e Kátya Teixeira




Dia 12 de novembro às 20h - Visões do Brasil, de Alencar a RosaAlgumas visões do Brasil – geográficas, humanas, ideológicas, a partir das obras Iracema, de José de Alencar, Macunaíma o herói
sem nenhum caráter, de Mário de Andrade e Grande sertão, veredas, de João Guimarães Rosa. Um Brasil sonhado de Alencar,
um Brasil caleidoscópico e visto antropologicamente de Andrade e finalmente o Brasil simbolizado pelo Sertão de Guimarães Rosa.


Dia 16 de novembro às 18h -Amores Ibéricos, pelo olhar de artistas portugueses tomados de amorEspetáculo que parte da idéia do amor em Portugal, visto em diversas épocas por poetas e prosadores portugueses.
Do amor trovadoresco, passando pela lírica camoniana chegamos às delirantes cartas de amor da freira portuguesa de Beja -
Mariana Alcoforado e às diversas representações do amor pelo seu mais famoso autor na contemporaneidade: José Saramago.



SESC POMPÉIA
ChopperiaRua Clélia, 93tel.: (11) 3871-7700
www.sescsp.org.br

Entrada Franca



O que faço com todo este Amor?


Pergunto pelo viés deste Amor para Pessoas.




O que faço com este Amor?


Se não sou mais que sombra perdida num nevoeiro,


relendo a eternidade escritos alheios,


sendo constantemente provocada por ecos de gritos imortais.


Penso que sou parte deles,


e o que faço com o que Sou?




O que faço com este Amor?


Sou flor mirrada, que no vasto campo imortal nem se nota.


Silêncio gritante, sufocado em linhas nunca dantes lidas,


o que fazer com o que Sou?




O que faço com este Amor?


Cansei de fingir dor, fingindo, fugindo,


de vozes ancestrais,


que incham, pesam, queimam, tremem, teimam, Crescem,


e nunca saem.


O que fazer com o que Sou?




O que faço com este Amor?


Temo que um dia me arrebente o peito,


numa explosão emudencendo o universo.


O que fazer com o que Sou?




O que faço com este Amor?


Todinho Palavra!


Que não seca nem se fecha , e não vibram pestanas.


Sou apenas soldado de guerreiros imortais,


que sobrevivem além dos sonhos.


É o que sou.




terça-feira, 4 de novembro de 2008

Começo meio sem fim

Imagem: Salvador Dali



Em todo começo

Sempre haverá some things

Sem nunca ter fim...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Recomendações para a leitura do blog!


Se você chegou até aqui calma. Recomendo-lhe um som para acompanhar-te nessa viagem e, você tem duas opções bem acima! Oba!

Agora relaxe, mas cuidado para não dormir, se os dois sons indicados estimularem bocejos postei um despertador no final da página, pois é importante que estejam despertos!

Cuidado com as imagens, pois elas poderão te trair e distrair sua atenção, elas são altamente provocativas, portanto sugiro que enfrente-as somente após a leitura das poesias, assim terá animo para compreender algo mais complexo, não querendo subestimar sua capacidade reflexiva, claro! As imagens falam por si, as poesias reiteram as imagens, em um falar diferente, tentando mostrar caminhos ocultos e diferentes nos deslizes dos pincéis e nos clicks fotográficos.. Uma arte falando da outra, por meio de alguém que tem a loucura como maior sanidade! Portanto, não me creiam, eu sou ninguém que tenta ser todos e nesta tentativa não sou nada, nada que não possa ser compreendido! Assim como o mostro de Frankenstein! Tudo aqui são fragmentos, pedaços poéticos partidos!
Tenham boa viagem!!!

domingo, 31 de agosto de 2008


Ao mestre com carinho!


A arte se fez presente, quando a conheci em forma de professor.

E desde então, "por mares nunca de antes navegados"(1), posseidom me guia.

Mestre dos mares de palavras, guardião da poesia, senhor das ondas que andam aonde estás,

Trazendo" verso humilde e celebrado em som alto e sublimado, um estilo grandíloco e corrente,"(2) que mexe com as emoções da gente." Que se espalhe e se cante no universo, tão sublime verso, que o peito acende e a cor ao gesto muda, ao ver o berço onde nasce o dia."(3)

"Quem tiver ouvido fino pode escutar, o peito de artista que incha, e uma rosa que se abre"(4) anunciando liberdade, e assim orquídeas vão se formando na platéia, pedindo bis, por meio de aplausos.

Parabéns, mestre Chacon!!!


De mestres para mestre.

Versos 1,2 e 3 peguei emprestado de Camões em " os Lusíadas". E o 4º verso, pertence a Drummond.





quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Imagem: Salvador Dali


Desafio!


100 reais + 100 sonhos é = 0
Logo, " 0" é = ?

terça-feira, 19 de agosto de 2008



Não resisti e resolvi postar esta foto. Da esquerda para direita; A graça, eu, a Profª Susanna Ventura, o profº e poeta Alexandre Bonafim, o Adrebal e o Paulo. Turminha maravilhosa que tive a honra e o prazer em conhecer em um curso sobre blog e literatura, lá no sesc Pinheiros. Tive dias maravilhosos ao lado destas pessoas, aprendi muito com todos , este blog, por exemplo, tomei coragem em criar durante o curso, motivada pelas viagens que fiz em tão boas companhias. Visitamos muitos blogs, alguns, confesso, tive vontade de pegar para mim, mas durante as aulas discutimos muito sobre autoria ( risos) dentre outros assuntos. Sinto saudades destes dias poeticamente virtuais! Abraços a todos!

domingo, 17 de agosto de 2008


Oração.


Quem vê, não imagina.

Quem imagina, não vê.

Ora, sonhadores.

Ora, iludidos.

Em comum, todos perdidos.


Duetos de sombras,

que sufocam a dor num beijo,

e chamam isso de Amor.

Não vêem, não imaginam,

que estão iludidos,

sonhos mal dormidos.

Ora, estamos todos perdidos?



sábado, 16 de agosto de 2008

Milagrema

" Sou sereia louca que deixou os mares",(1)

sonhando em calçar um sapatinho de cristal.

" Tenho em mim todos os sonhos do mundo",(2)

Vivo a navegar.

Mas, sou filha de Kafka, um áporo sem solução,

uma palavra seca esperando uma gota de lágrima.


Sou um pássaro, que voa sob o vapor do céu,

que nem papel, uma metamorfose sombria,

me transformo em cinzas.

Fênix poluída, fogo incandescente,

Árvore daninha, frutos secos,

que caem neste papel.


Também sou fingida,

finjo fingir que existo,

fingindo acreditar.

Sou cautela descuidada,

que cuida em não cuidar de nada,

obrigada a agradecer pelo presente grego,

obrigado, mesmo que por nada.


O que me resta?

Calçar meu sapatinho de cristal?

Sonhar com um mundo não real?


Desfaço-me em lágrimas,

a sereia volta ao mar,

ela agora é uma onda em rebentação,

varrendo a calçada.

Não quer mais, que seus pés toquem o chão,

não quer mais sonhar, quer viver sonhando e não acordar.


Agora o que me resta,

é o verme que me espera,

verme encantado!

Contos de fada, que nada!



notas: (1) verso de Florbela espanca.

(2) verso de Fernando pessoa.



Imagem: Salvador Dali

Sementirinha


A mente voa

a mente voa,

longe das mentiras,

longe de quem mente.

Mente voa,

mente voa.

Seguraram meu pé,

não subi ao pódio.

Liberdade ou nada,

nada não voa,

nada não voa.

Liberdade é aceitar,

ser cúmplice de mentiras

e fingir acreditar,

mas a mente voa,

mente voa.

A mentira tem pernas curtas,

não preciso de pernas para voar.

Mente e voa,

mente e voa.

Desencontros




Júlio saiu.


Helen chegou.


A noite estava incompleta,


Faltava o Amor...

domingo, 27 de julho de 2008

Jonh William Waterhouse



Música


Sorisso em dó
Pernas em ré
Sonhos sempre lá, lá se vão...
dor em mi,
Destino em si,
si eu querer, si eu puder
Voz em fá, fala, mas não diz.
Êta vida sem sol!
Edvard Munch



Saudações ao infinito

sigo pela estrada do imortal

procuro as portas do paraíso

pelos labirintos de enigmas

No alfa da Era

onde rege o ceticismo

cuja humanidade se condena

em contradições.

Sinto o cheiro vermelho

da dor alheia

pulsando em suas veias

ouço as lamurias dos inconstantes

que se batizam no templo da solidão

com água de suas lágrimas.

sábado, 26 de julho de 2008


Depois do grande sucesso dos contos classificados, ganhadores do terceiro concurso cultural do caderno2, ( jornal: O estado de S. Paulo) cujo tema era: 50 anos de bossa nova e o mote " não quero mais este negócio de você longe de mim", e ainda maior dos desclassificados,( confiram no link que deixei em minha lista de blogs ) de carona resolvi lançar os contos não enviados, ( risos) a começar pelo meu.






Naquela noite no céu não se via estrela

Alguma, apenas uma na terra,

O nome era Claribel, minha esposa, que brilhava em absoluto.

Quase havíamos nos separado no último verão no calor de uma discussão, embriagados,

Um literalmente e o outro por um líquido vermelho que lhe percorria as veias

Estacionando nos olhos a ira, cúmplice da

Revolta e de todos os outros membros desta gangue.

O fato é que, enfim, estávamos de volta, comemorando naquela noite o grande retorno.

Muita animação, luz, som, um bom cardápio e

Assuntos dos mais variados, noite perfeita, nem parecia que havíamos ficado meses distantes

Isolados um do outro, até que o acaso cruzou nosso caminho e o destino se fez reatar.

Seus olhos pairavam sobre os meus, questionadores, curiosos esperando o momento

Exato para penetrar em minha mente, ou

Seja, distraia meu coração com palavras,

Ternas preparando-me para o bote.

Então, como já denuciava seus olhos, desliza de sua boca palavras que estavam presas:

- Não pretendo estragar o momento, mas preciso perguntar; Porque chegou bêbado naquele dia?

Eu na verdade estava ansioso por esta pergunta, observei-a por instantes e enfim..

- Grandioso estava sendo aquele dia para mim, estava feliz e resolvi comemorar

O que seria o início de uma nova vida, pois eu havia conquistado o emprego sonhado...

- Como é ? Porquê não me disse ?

- Impossível, se esqueceu que eu estava bêbado? E você porque não perguntou no ato?

- Ódio, eu estava sob dominio, não aguentava mais vê-lo sair todos os dias e voltar

De mãos abanando, reclamando do trânsito, do calor... solicitando minha atenção e eu como

Escrava, realizava seus desejos, não tinha tempo para nada, nem mesmo para pagar as

Vastas contas que acumulavam, pois nem pra isto você prestava, sempre

Ornamentando as desculpas para fugir das grandes filas! Derrepente, resolve chegar bêbado, a

Casa caiu, fiquei sob os escombros de seu desdém

Eu não pude me controlar,

Logo, perdi-me numa confusão de sentimento não conseguindo reter a fúria, estava sobria, mas

O equilibrio ficou desequilibrado, tu sabes o quanto odeio o alcool!

Não deu para ignorar, não há mulher que suporte; mas, porque só me diz isto agora?

- Gosto de você meu bem, eu te amo, mas

Eu tenho meu orgulho, você havia me dito coisas horríveis naquela noite, vivia reclamando

De tudo, esperou o balde encher e o jogou de uma vez em minha cabeça...

- Eu não entendo, estava bêbado para se explicar, mas, tinha memória para armazenar tanto?

- Meu amor!Sussurei em seu ouvido " não quero mais este negócio de você longe de mim", chega!

Imediatamente, embriagado somente pelo fogo do amor, beijei-a , depois solicitei ao garçom

Mais uma garrafa de vinho; chegamos em casa bêbados. Pacto de paz, e verdades ocultas!


Em verdade, não tinha o que fazer e resolvi brincar com o tema, assim vou treinando para o próximo concurso, pois estou ciente de que é preciso! ( risos) Quanto a formatação, saiu um pouco diferente do original, pois ainda estou aprendendo a lidar com este espaço, no entanto resolvi a muito custo, postar deste jeito mesmo!

























quarta-feira, 23 de julho de 2008


Sairá


Que as forças do ódio

Venha como ópio embriagar-me

Que as chamas do rancor

Façam-me renascer das cinzas

Evoco assim minha Ira.


Menina maléfica.com

Com a noite nos olhos

E a lua crescente, como uma foice a sangrar-lhe o peito.

Deixo sangue jorrar.


Mergulho neste mar rubro

Onde posseidom repousa em catalepsia

Quase morto de anemia

Ele não pode me ajudar


Se nesta hora sobrevivi

Qual vêneno ainda tenho que provar?

Se nem a morte quer me afrontar!

Se de sede não morrerei

Mergulhada neste mar!


Nesse estado estátua

Corrompi as forças da natureza

permanecendo-me intacta

Sou mais velha que as esfinges

mil anos comprimidos em vinte

que a fraca força do tempo não me atinge.

Sou metal.


A metáfora mais perfeita foi forjada do aço

A chamaram de alquimia

Somente para me ocultar

Somente para não ofuscar

A inveja cega o olhar alheio.


Me amem como não sou

Me odeiem como sou!

pois, pouco me importa ser a flor mais formosa

colhida antes de brotar

Narciso morreu de tanto se olhar


Se a felicidade não pode ser tudo

Não me contento com pouco

Morrerei embriagada em meu vêneno

Mas, somente quando me cansar

Não durmo para não ter que sonhar.


Se pensas que estou louca

Não sabes o que é loucura!

Nem tente entender

Que meu ódio velará por você.


Todas as palavras habitam em meu ser

Qual a página da minha vida

Você quer esfoliar?

Qual história irá contar?

A hipocrisia veste-se em seu olhar.


Desnude-me e não poderá me enxergar

Sou feita do pó o qual você é alérgico

Não irá respirar

Morrerá em meu ser

Meu ódio avisou você

Jogastes as chaves das portas dos ouvidos neste teu podre coração?


Morra infame

Me alimente de prazer

Com o arrependimento acenando em seu olhar

Dê-me sua vida como troféu

Que os céus cairão em sua cabeça

Com mil anjos canibais, com asas de urubus


Agora só, vou me deitar

Nas espumas deste mar de amarga glicose

Nos lençois destas areias, coberta de estrelas

A fênix repousa em paz

Cansei e jaz.



Esta já não me deu "muito" trabalho ( risos), quando a escrevi, estavamos estudando o romântismo, eu tenho o costume de escrever uma poesia com a caracteristica do periodo literário estudado, sempre faço isto, até mesmo para fixar melhor, inclusive, aconselho todos a experimentarem, é um excente exercicio! Voltando, depois de ter lido Álvares, Byron, Sylvia Plath, Florbela Espanca ( lembrando que Sylvia e Florbela são modernistas, mas suas obras são marcadas por características românticas), assisti um pouco de novela mexicana ( o que não faço pela arte!), visitei alguns blogs e sites sobre goticismo, e de quebra terminei com o namorado( hahahaha), ficou muito "fácil" escrever com estas motivações, porém, dispensa qualquer tipo de comparações! Enfim, gostei do resultado, me assutei um pouco, espero não desaponta-los! Em breve postarei algo mais light, positivo e operante!

Imagem: Salvador Dali
Vento noturno
vêneno vermelho.
sinto teu cheiro
rubro pulsante,
em teu sono escuro,
cujo medo some,
some dormente.

Acorda!
apaga a vela,
abra a janela.
vida eterna
jóia rara,
éter na passarela
prata achada na porta da miséria.
acorda!
não há paz nem guerra
somente sorissos cênicos
na mesa de um bar.

Escrevi esta "poesia" há um ano, em uma oficina de criação poética. A proposta era escrever uma poesia usando somente vogais escuras ( fechadas), ou claras ( abertas), bom eu tentei, foi bem difícil, mas prazeroso!

http://s10.br.bitefight.org/c.php?uid=93438

domingo, 20 de julho de 2008

" O amor é invísivel, ninguém vê, mas todo mundo sente".

Salvador Dali


Minha mãe nunca deixou passar em branco o dia das crianças, ela sempre nos surpreendia com algo. Ao passar dos anos, as surpresas passaram a não ser " tão " interessantes, pois eu crescia, então, a partir dos meus seis anos ela passou a perguntar o que eu gostaria de ganhar, fico imaginando se ela tivesse me perguntado antes, pois como bem devem saber crianças não tem bom senso, penso que teria pedido algo do tipo: " passar as férias no sítio do pica pau amarelo, viajar para a terra do nunca, para o país das maravilhas", ou algo do tipo, eu adorava estas histórias, ficava horas imaginando-me dentro delas, e nesse aspecto penso que ainda não cresci. Pois bem, aos seis anos, quando tive minha " liberdade de escolha", lembro-me do meu primeiro pedido que foi; uma lousa, giz e apagador, inclusive lembro-me de ter ficado decepcionada, pois a lousa não era do tamaho que eu imaginava, queria uma igual a da escola, mas, enfim, ela me serviu como ponto de partida. Na época nosso quintal era aberto e por ele diversas pessoas passavam cortando caminho, logo coloquei o meu propósito em ação e a primeira coisa que escrevi foi: " O amor é invisível, ninguém vê, mas todo mundo sente", coloquei minha lousa no quintal e fiquei esperando a reação das pessoas, algumas davam dicas de ortografia,outras apenas sorriam, e etc e tal, e nem preciso descrever o que senti a cada olhar curioso que percorria minha pequena lousa. Foi então, que uma pessoa, tendo me questionado sobre o motivo pelo qual havia escrito aquele singelo verso, recebeu como resposta algo do tipo: " estava na minha mente , eu achei bonito e escrevi", deste dia em diante passou a me chamar de "poeta", eu curiosa, perguntei a meu pai o que era "poeta", não me lembro da resposta , apenas me lembro, que deste dia em diante eu seria uma poeta!!! E posso lhes garantir que venho me empenhando, por todos estes anos, se sou poeta, sinceramente não sei, pois as voltas da vida me deixaram tonta e comecei a escrever só para mim, se é que me entendem? Contudo, passado a naúsea, cheia de coragem, e com o "perfeccionismo" bem minúsculo, venho por meio deste espaço, divulgar o que chamo de poesia, minha poesia!
Em breve estarei postando aqui meus pedaços, partidos, repletos de intenção! aguardem!

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Música.

Salvador Dali

Música
(Para ler ouvindo " rosa de hiroshima" )

Algo de miraculoso arde nela,
fronteiras ela molda aos nossos olhos.
É a única que continua a me falar
depois que todo o resto tem medo de estar perto.

Depois que o último amigo tiver desviado o seu olhar
ela ainda estará comigo no meu túmulo,
como se fosse o canto do primeiro trovão,
ou como se todas as flores explodissem em versos.

Anna Akhmatova.


Poesia, uma síntese de prosa!

Algo de miraculoso arde em meu ser quando leio os versos acima. A primeira vez que li esta poesia, fiquei encantada, principalmente com o último verso, eu o quis para mim de imediato. Engraçado que depois de tantas vezes a ter lido, uma música penetrou surdamente na minha mente ( rosa de hiroshima ), mais tarde, até mesmo para buscar sentido no que havia lido, fiz uma pesquisa sobre a poeta:

"Anna Akhmatova (Анна Ахматова, Анна Андреевна Горенко, 23 de Junho de 1889 - 5 Março 1966) é o pseudónimo de Anna Andreevna Gorenko, uma das mais importantes poetas acmeístas russas.)
Começou a escrever poesia aos onze anos de idade, mas o pai, um engenheiro naval, temia que Anna viesse a desonrar o nome da família, convencido de estar a adivinhar hábitos decadentes associados à vida artística. Assim, assinou os seus primeiros trabalhos com o primeiro nome da sua bisavó, Tatar.
Apesar do seu pai ter abandonado a família, quando Anna contava apenas dezasseis anos, conseguiu prosseguir os seus estudos. Portanto, não só estudou no liceu feminino de Tsarskoe Selo e no célebre Instituto Smolnyi de
São Petersburgo, como também no Liceu Fundukleevskaia de Kiev e numa faculdade de Direito, em 1907.
A obra de Akhmatova compõem-se tanto de pequenos poemas líricos como de grandes poemas, como o Requiem, um grande poema acerca do terror estalinista. Os temas recorrentes são o passar do tempo, as recordações, o destino da mulher criadora e as dificuldades em viver em escrever à sombra do estalinismo"... fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anna_Akhmatova.

Bom, acho que não preciso descrever o meu espanto, pois, assim com " rosa de hiroshima", " música" , também , e por que não, poderia estar relacionada com o contexto de guerra, após esta descoberta, um turbilhão de imagens começaram a brigar por espaço em minha mente, e a poesia que parecia dizer pouco, acabou me rendendo muito. Quem é que nunca imaginou um romance ao ler " quadrilha " de Carlos Drummond, ou, que não tenha sido arrebatado aos confins do silêncio imposto, sentindo-se "inseto" sem "metamorfose" ao ler "áporo" e é por essas e outras que torno a repetir: " poesia, síntese de prosa" , pois nos diz muito em tão poucas linhas.